Se você vem se perguntando o que é economia compartilhada e não sabe muito bem do que se trata, veio ao lugar certo! Hoje em dia, muito tem se falado sobre esse tópico e, assim como você, muitas são as pessoas que ainda têm dúvidas.
Mesmo que não seja algo exatamente novo na história da humanidade, já que vivemos em sociedade e estamos sempre compartilhando objetos, força de trabalho e experiências, esse termo tem sido utilizado para definir a forma como a economia vem sendo transformada por essas práticas e impulsionadas pela tecnologia.
Se o que estamos tentando explicar ainda está confuso, continue a leitura e tire suas dúvidas! Neste post, vamos explicar o conceito de economia compartilhada, como funciona e como ela pode ser aplicada na área de mercado imobiliário. Vamos começar?
Afinal, o que é e como surgiu a economia compartilhada?
Desde a antiguidade o ser humano precisou compartilhar itens como ferramentas, vestimentas e alimentos para sobreviver. Mais que isso, precisou se unir para se defender do ataque de grupos inimigos ou animais selvagens, por exemplo.
Para construir as primeiras moradias precisou unir forças também e até mesmo para compartilhar histórias à beira de uma fogueira como forma de manter a sua cultura, tradição e dividir saberes. Enfim, os exemplos das primeiras formas de economia compartilhada são muitos e remontam às nossas origens.
Porém, hoje tal como termo é utilizado, entendido e descrito tem mais a ver com revolução tecnológica vivida na virada do século XX para o XXI. O acesso à tecnologia e sobretudo, à internet, se expandiu significativamente nos mais diversos cantos do mundo, mesmo nos países considerados considerados em desenvolvimento como no caso do Brasil.
Isso possibilitou que pessoas de diferentes locais, às vezes bastante distantes e diferentes uns dos outros, pudessem de alguma forma se entender e se comunicar, construindo assim novas formas de se relacionarem.
As empresas, a indústria e o mercado também perceberam essa nova tendência e começaram a mudar a forma como ofereciam seus produtos e serviços. A relação de posse passou a ser substituída pelo uso temporário de bens e serviços, na maior parte das vezes de forma compartilhada, ou seja, não necessariamente aproveitada por apenas um indivíduo.
Além do mais, as próprias pessoas começaram a se organizar por meio da internet para se ajudarem e construir relações comerciais mais justas e humanizadas. Afinal, o ambiente virtual encurtou distâncias e ficou mais fácil encontrar gente com interesse em comum e com a mesma disposição e desejos. É nesse contexto que o termo economia compartilhada vem sendo empregado para definir as novas formas de negociação existentes no mundo contemporâneo.
2. Como esse sistema de consumo funciona?
Bom, agora que você entendeu as origens e o conceito, você deve estar perguntando como esse novo sistema funciona, não é mesmo?
Pois bem, por muito tempo o capitalismo funcionou sobre a lógica de consumo, ou seja, você adquire algo para si e usufrui daquilo até perder a utilidade ou ser substituído por algo melhor. O impacto ambiental e social disso é gritante nos dias atuais e as pessoas vêm buscando outras formas de lidar com o consumo para viverem melhor e de forma mais equilibrada.
Uma das respostas para isso é essa nova economia, na qual em vez de ter que adquirir algo para poder usufruir, você pode simplesmente ter uma relação temporária com aquele bem ou mesmo compartilhá-lo com outras pessoas, tanto para facilitar a aquisição disso quanto para torná-la mais acessível para todos. Na prática isso significa preços mais justos e pessoas com um interesse em comum podendo usufruir de um mesmo bem ou serviço.
Existem empresas de ônibus, por exemplo, que estão operando nessa lógica e que definem o preço das passagens de acordo com o número de passageiros. Mesmo que o veículo não encha, acaba saindo mais barato do que viajar por meio de uma empresa tradicional que arca com custos diversos, sobretudo para usufruir da plataforma da rodoviária.
Pense também nas bicicletas alugadas dispostas por instituições financeiras nas grandes cidades. Você não precisa mais ter uma bicicleta para poder se locomover pelo meio urbano, podendo simplesmente pagar um valor irrisório por sua utilização temporária, contribuindo assim para sua saúde, a sustentabilidade ambiental e um trânsito menos engarrafado.
Essa nova configuração de se fazer negócio tem sido, inclusive, uma excelente saída em tempos de incerteza econômica. Prova disso é que esse novo modelo de estabelecer relações comerciais só vem crescendo em diversas partes do mundo.
O principal motivo disso é que a economia compartilhada permite que os interesses do consumidor venham antes da busca por lucro das empresas. Afinal, se não houver quem adere ao apelo de um empreendimento, não haverão vendas e sem vendas nenhuma organização subsiste.
Soma-se ainda o fato de que as pessoas, independentemente do uso de aplicativos que acabam sendo a principal via para essa economia acontecer, podem se conectar e se ajudar de outras formas que independem da intervenção direta das corporações.
O exemplo disso seriam as comunidades virtuais de hospedagem solidária, os grupos de conversação de ajuda mútua entre os vizinhos de um prédio ou um bairro e as demais situações que podem acontecer sem que haja a troca de moeda entre os participantes e nem dependa de uma grande empresa para fornecer algo.
3. Quais os principais exemplos de economia compartilhada?
A essa altura já deve ter vindo à sua mente alguns exemplos de economia compartilhada, acertamos? Caso ainda não tenha, não se preocupe, vamos citar alguns exemplos importantes para que você consiga enxergar com clareza como essa novo sistema funciona. Confira!
Aplicativos de transporte
Até pouco tempo atrás, o Uber era um dos únicos nomes que vinham à mente dos consumidores quando o assunto era encontrar transporte particular disponível para se locomover nas cidades. Hoje, diversos outros atuam nesse mercado criando uma concorrência que é bastante favorável ao usuário.
Alguns desses exemplos seriam os aplicativos das cooperativas de táxi em grandes cidades como o 99 Pop, Cabify e Easy. Existem ainda empresas que se diferenciam como a EcoDrivers que oferecem carros sustentáveis com neutralização dos gases poluentes seguindo o conceito das green cities (cidades verdes) e movimentos pela sustentabilidade ambiental.
Porém, os aplicativos de transporte não se resumem apenas aos particulares e se estendem para caronas como o BlaBlaCar no qual você pode aceitar passageiros que estejam no seu trajeto e ajudem a custear os gastos com combustível e manutenção do carro durante o percurso. Essa é uma ótima alternativa tanto para quem usa o carro diariamente para trabalho como para trajetos mais longos como uma viagem, por exemplo.
Há ainda os que se dedicam ao transporte público seja por meio de veículos como ônibus, metrô e bicicleta ou mesmo parte do percurso a pé. Aplicativos como o Moovit e o CityMapper são grandes exemplos disso.
Em um momento no qual se tem discutido bastante a mobilidade urbana e os desafios para o presente e o futuro, essas facilidades da economia compartilhada se consolidam como uma essa solução importante no mundo contemporâneo. É por essas e outras razões que tem crescido tanto e continuará se expandindo nos próximos anos.
AirBnB
A impessoalidade dos hotéis é um problema para turistas ou mesmo profissionais de viagem a negócios que buscam uma experiência mais significativa com o lugar aonde estão indo e ficarão hospedados. Pensando nisso é que a AirBnB passou a conectar pessoas que estão dispostas a alugar as suas casas e também receber os hóspedes a fim de criar uma relação mais humanizada na estadia.
A empresa conseguiu um crescimento exponencial nos últimos anos por conta da sua abordagem diferenciada ao oferecer mais que uma acomodação mas uma experiência de hospedagem às pessoas. No site e aplicativo é possível encontrar diferentes faixas de preços, localidades, perfis de casas e de moradores que receberão os hóspedes.
Não só o conceito de comunidade é central no mundo hoje mas também a ideia de experiência. Como a posse vem sendo substituída pela lógica do compartilhamento, oferecer algo que as pessoas podem viver e não simplesmente consumir, muda todo o jogo. Certamente uma estratégia e tanto e que está bem sintonizada com o espírito dos tempos contemporâneos.
Venda coletiva de passagens
Conforme citamos rapidamente em outra passagem desse post, já existem empresas de ônibus que operam fora das rodoviárias e conseguem definir o preço das passagens a partir dos números de passageiros que farão aquela viagem.
Na maioria das vezes, mesmo quando o ônibus não atinge a lotação, os preços conseguem ser mais em conta que os praticados pelas viações tradicionais. Isso permite que os usuários tenham mais opções e consigam ter acesso a um valor mais justo na hora de se decidirem por qual empresa irão realizar a viagem.
Mais uma vez, outro ponto importante que essas viações novas oferecem ao usuário é uma experiência diferenciada. Afinal, além de pagar menos, geralmente os viajantes têm acesso a ônibus melhores com 2 andares, ar condicionado, assentos amplos e pequenas cortesias como água, barra de chocolate e chips.
A extensa concorrência nos mais variados nichos ocasionada pela internet também faz com que as empresas façam um esforço extra em agradar a clientela. Essa é outra faceta importante de ser considerada no mercado atual.
Hospedagem solidária
O conceito de hospedagem solidária ou compartilhada, abarca empresas como a AirBnB citada anteriormente mas vai muito além e inclui também o gesto solidário entre pessoas que recebem desconhecidos sem cobrar nada por isso ou em troca de alguns serviços simples como petsitting, cuidar da casa, etc.
Sites como o Couch Surfing (a tradução literal seria algo como “surfando no sofá”) permitem que as pessoas abriguem umas às outras por um tempo pré-determinado por livre e espontânea vontade. Isso significa que elas prestam essa ajuda sem necessariamente depender de uma transação financeira para que isso aconteça.
Exemplos como esse deixam bastante claro que a relação de posse e exclusividade que predominou por tanto tempo no capitalismo está sendo aos poucos substituída por uma economia de distribuição e compartilhamento de recursos humanos, bens e serviços.
Aplicativos de trabalho
Nem só a busca por bens e serviços tem sido facilitada pela economia compartilhada, mas também a procura por trabalho. Plataformas virtuais diversas, tanto nacionais quanto internacionais, têm permitido isso por meio de um outro conceito que dialoga com essa nova economia que é a ideia de trabalho remoto, às vezes também chamado home working (trabalhar de casa).
Na área de marketing digital existe a Rock Content, por exemplo, a maior referência nessa área no Brasil e que opera com parte da sua força de trabalho por meio do freelance de forma remota.
Existem ainda plataformas e aplicativos que oferecem toda uma variedade de profissionais a serem encontrados por empresas e também por outras pessoas físicas como acontece no site Fiver, Gigs, Remote Jobs e no aplicativo Task Rabbit. Os exemplos são muitos e poderíamos criar uma lista infinda para ilustrar isso.
Compartilhamento de recursos
Você já ouviu falar na startup Tem Açúcar? Pois bem, uma das missões da empresa é “estimular a colaboração, a camaradagem e o senso de comunidade” para “resgatar o hábito de bater na porta do vizinho para pedir uma xícara de açúcar”. E você pode estar se perguntando como eles fazem isso, não é mesmo? Simples: dando uma mãozinha nesse processo conectando pessoas e incentivando o senso mútuo de colaboração.
Esse desejo de se resgatar o senso de comunidade e as relações de colaboração que eram tão comuns em outros períodos da humanidade é outra forte faceta da economia compartilhada.
A desconstrução da ideia de que para sermos felizes precisamos sempre estarmos consumindo e buscando exclusividade no que podemos ser e ter é uma das consequências diretas disso. O compartilhamento de recursos é uma forte característica da economia colaborativa.
4. Quais os impactos dessa economia colaborativa?
Vamos começar por alguns exemplos que ilustram bem os impactos da economia colaborativa no mercado atual. Pesquisas apontam que o Rio de Janeiro ocupa o 4° lugar nos destinos do AirBnB perdendo apenas para cidades como Paris, Londres e Nova York, respectivamente.
Além disso, esse mesmo estudo aponta que as viagens a negócio têm um papel importante nessa equação, conforme sugeríamos anteriormente em outro ponto do nosso post.
Ainda sobre o Rio de Janeiro, a queda de frequentadores a restaurantes noturnos por medo da violência tem aberto um excelente precedente para que empresas de economia compartilhada atuem, como no caso o iFood e diversas outros empreendimentos que entregam a domicílio. Isso evidencia que até mesmo o fator negativo da violência parece não ser um obstáculo ao crescimento dos negócios envolvidos com a economia colaborativa.
No setor da hotelaria e turismo de uma forma geral, é marcante o impacto de plataformas como Booking e o já citado AirBnb. Além disso, redes de albergue (também conhecidos como hostels) têm desempenhado um papel importantíssimo na hora de oferecer alternativa aos viajantes, sobretudo aos mais jovens que costumam ser um pouco menos exigentes quanto à acomodação, dando mais preferência ao que podem viver no processo da viagem.
Mais uma vez, a ligação entre as palavras experiência e comunidade ficam claras para quem quer entender a alma dessa nova economia.
5. Como essa prática se aplica no mercado imobiliário?
Você já deve ter percebido que a economia compartilhada impacta as relações humanas e comerciais das mais variadas formas e nichos, concorda? Pois bem, no caso do mercado imobiliário não é diferente e já existem diversas alternativas de moradia e hospedagem que vêm ganhando espaço nos últimos anos.
Da mesma forma que existem profissionais trabalhando no modelo de co-working que são os trabalhos desenvolvidos em escritórios compartilhados e que estão totalmente dentro da lógica dessa nova economia, existe também o fenômeno do co-housing e moradia compartilhada.
O co-housing surgiu nos 1960 em países de Primeiro Mundo na Europa, Estados Unidos e Austrália e vem sendo pauta também no Brasil na busca por um estilo de vida sustentável e de maior qualidade.
Seu objetivo é permitir que as pessoas vivam em casas individualizadas mas dentro de um espaço comum. Vilarejos fechados e pequenos condomínios nos quais o convívio entre os moradores é incentivado são bons exemplos dessa prática.
Essa forma de moradia é sucesso também entre os mais velhos já que poderão ter ao mesmo tempo a tranquilidade e paz necessária para desfrutar da melhor idade mas sem se isolar das outras pessoas, promovendo assim a saúde mental por meio convívio social equilibrado.
A moradia compartilhada se difere do co-housing mas também opera sob a lógica da economia compartilhada. Nele, um grupo de pessoas que se conhecem ou não, moram na mesma casa, dividindo contas e em alguns casos até os recursos disponíveis como ferramentas, ferro de passar roupa e alimentação.
Nem todo mundo que quer viver de aluguel pensa em fazer isso sozinho e a moradia compartilhada entra como uma excelente opção, sobretudo para os mais jovens que poderão ampliar suas redes de contato e até mesmo criar parcerias profissionais por meio dessa experiência. Não é raro em moradias desse tipo existir também um escritório compartilhado no qual os moradores trabalhem juntos e compartilhem também projetos, sonhos e ideias.
6. Por que investir em um imóvel compartilhado?
A palavra do futuro que já se faz presente é comunidade. Quem já entendeu e deu um passo à frente tem colhido excelentes resultados como as várias empresas e iniciativas que exemplificamos em um dos tópicos desse post.
Qualquer pessoa minimamente instruída já entendeu que a lógica consumista e individualista do sistema a qual estamos submetidos tem feito mais mal a nós mesmos e ao planeta que vivemos do que bem e isso abre um excelente precedente para quem quer investir em um imóvel compartilhado.
O estilo de vida nômade que muitas pessoas têm vivido, sem emprego fixo e nem moradia fixa, também contribui para esse processo. A burocracia de alugar um imóvel e fazer toda uma mudança tem seus custos e nessas horas é muito mais fácil contar com um quarto confortável em uma casa compartilhada bem localizada e com preço acessível do ter que dispender uma quantia maior de energia, tempo e dinheiro alugando um imóvel sozinho e se mudando para lá.
Considere ainda que esses interesses e estilo de vida não se aplicam só aos profissionais liberais e jovens. No caso do co-housing que explicávamos a pouco, você pode atingir um outro público como pessoas idosas que buscam qualidade de vida e convívio social seleto.
Ainda assim, esse obviamente não é o único público que pode se interessar por essa forma de moradia. Considere que as pessoas têm cada vez mais se preocupado em adotar uma forma de vida de mais qualitativa e comunitária e que contraponha o modo estressante que a maior parte dos habitantes das grandes cidades vivem.
O crescimento exponencial da economia compartilhada nos últimos anos é uma prova disso já que o mundo tem caminhado cada vez mais nessa direção. Pense que ficar de fora dessa oportunidade limitará bastante a forma como você pode investir no mercado imobiliário.
Para representar isso em números, podemos citar a pesquisa realizada pela PwC que apontava já em 2015 a economia compartilhada com uma fração de U$S 15 bilhões com projeções de gerar até U$S 335 bilhões em 2025. Com uma fatia tão significativa em jogo fica ainda mais evidente que aderir a essa nova lógica comercial pode ser extremamente vantajoso para quem enxerga no mercado de imóveis uma possibilidade de alocar recursos.
Como pode ver, esse modelo econômico tem tudo para trazer excelentes resultados a você como investidor interessado no mercado de imóveis.
Neste post você teve acesso a informações valiosas e aprofundadas sobre assunto que se forem bem aplicadas podem te levar aos objetivos que vem buscando nessa área. Sempre que precisar retorne a esse conteúdo e reveja esses dados a fim de se guiar com sucesso em meio a esse processo.
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